quarta-feira, 27 de maio de 2015

Estudo de caso Baixa Visão.
INTRODUÇÃO
O presente estudo de caso foi realizado para a disciplina de Estágio Supervisionado em Diferentes Contextos Educacionais(Educação Especial), do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Baseia-se na observação de alunos atendidos no Centro de Reeducação Visual. Localizado no Centro, na cidade de Curitiba – PR. Pelo fato do estudo de caso ser um instrumento pedagógico que visa auxiliar na busca por respostas a um determinado problema ou situação, e relacionar o estudo com a prática é que se decidiu por relatar o correto diagnóstico na justificativa de realizar a estimulação visual na infância para ter sucesso na aprendizagem escolar. Observação feita especificamente a respeito da aluna aqui denominado como “R”, com diagnóstico de coriorretinite e nistagmo.
  Além desses diagnósticos a aluna R tem outros diagnósticos da área da saúde, bem como deficiência motora.
DESENVOLVIMENTO
            A baixa visão é quase não é percebida na infância, geralmente é detectada na fase escolar durante a alfabetização, sendo que a detecção precoce contribui no desenvolvimento global da criança. Através de condições de estimulações adequadas às necessidades de maturação, contribui no desenvolvimento máximo de suas potencialidades e minimizam as limitações impostas pela incapacidade visual.
            Dentre as causas congênitas destacam-se como fatores mais frequentes: a gestação precoce, desnutrição durante a gestação, uso de drogas em geral, o álcool, e as infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis, AIDS, toxoplasmose e citamegalovirus). No caso da aluna a R a infecção é toxoplasmose.
As lesões causadas pela toxoplasmose:
  • Aborto espontâneo;
  • Hidrocefalia;
  • Atraso mental;
  • Calcificações cerebrais;
  • Lesões nos olhos;
  • Cegueira;
  • Surdez;
  • Convulsões e atraso do desenvolvimento.
Além das informações para adaptar o material e estimular a visão é preciso saber o histórico da criança em relação a sua convivência familiar e o desenvolvimento escolar. Baseado na avaliação diagnóstica da criança com anamnese pode esclarecer o motivo da baixa visão
A aluna faz os atendimentos no CRV, o objetivo principal é estimular a visão da aluna R. Tal chegou ao CRV, com dois anos, faz três meses que iniciou o atendimento especializado, já freqüenta a Educação Infantil desde 1 ano de idade na cidade de São José dos Pinhais. O motivo do encaminhamento pelo oftalmologista, é nistagmo,ou seja, movimentos rápidos no olho esquerdo, e coriorretinite, com lesões no olho. Devido a essas lesões apresenta grande comprometimento na visão, não consegue fixar o olho em imagens e objetos, seus movimentos corporais são descoordenados.
            A criança mora com os pais e uma irmã menor com 8 meses, somente a mãe traz a aluna nos atendimentos,  não passa muitas informações, sendo que demonstra ser uma pessoa deprimida. Durante a conversa ela se culpa, pela deficiência da filha.
             Na escola em que frequenta educação infantil, ela é a única aluna deficiente, na sala, por motivos da visão e outras deficiências associadas, percebe um retardo no desenvolvimento da aluna R. Conforme contato com o CMEI as estimulações não são adaptadas para aproveitar o resíduo de visão.
            Tem diagnóstico da área da saúde, que indica deficiência visual, (nistagmo, estrabismo, coriorretinite). Apresenta deficiência associada. Durante a gravidez a mãe foi infectada por toxoplasmose. Ao nascer já foi diagnosticado a hidrocefalia, R tem uma válvula na cabeça para drenar o liquido.
            Segundo o ABC da saúde a toxoplasmose causa diversas alterações no organismo, entre eles lesões oculares. Acredita-se que a maioria das lesões é causada na gestação, ressaltando que nem todos que são infectados por toxoplasmose vão apresentar lesões oculares, ainda não se sabe a causa a medicina não explica.
Na avaliação da oftalmologista foi diagnosticado a  baixa visão, apresenta visão subnormal, precisa de estímulos para aproveitar o resíduo de visão, sendo o olho esquerdo mais afetado, sendo coriorretinite macular.(fazer citação).

A definição de baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual) é complexa devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e o desempenho geral. (MEC. 2007, p.16)

            Devido aos problemas motores afetados, a aluna não apresenta linguagem, apenas manifesta algumas expressões, o choro. Na escola em que frequenta as professoras estimulam os movimentos corporais, R não responde satisfatoriamente. Também realiza acompanhamento com o neurologista, oftalmologista, e terapia ocupacional. A mãe alega que devido as condições da família não consegue fazer certos os acompanhamentos com outros profissionais devido a situação financeira da família.
Para Oliveira (1997), a criança precisa também aprender a controlar os movimentos dos seus olhos, direcionando para um determinado ponto e direcioná-los intencionalmente para algum lugar, para isto precisa ter um controle rigoroso e preciso dos músculos.
            É importante que a família identifique os sintomas apresentados, quando a mãe é infectada por toxoplasmose os cuidados a atenção devem redobradas, pois a visão pode afetada. Na escola os professores não podem confundir com alunos preguiçosos e desatentos. Devem estar atento as dificuldades apresentadas pelo aluno, pois estes precisam de ambientes estimuladores e motivadores.
                Alunos com baixa visão necessitam de um ambiente estimulador, de mediadores e condições favoráveis à exploração de suas percepções.  Entender que esses alunos não são diferentes de seus colegas que enxergam no que diz respeito ao desejo de aprender, aos interesses, à curiosidade, às motivações, às necessidades gerais de cuidados, proteção, afeto, brincadeiras, limites, convívio e recreação dentre outros aspectos relacionados à formação da identidade e aos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Devem ser tratados como qualquer educando no que se refere aos direitos, deveres, normas, regulamentos, combinados, disciplina e demais aspectos da vida escolar.
             Reage a sons, nas percepções táteis demonstra interesse. Nas estimulações na sala escura tem mais reações a luzes coloridas, em outras estimulações com luminosidade demora alguns segundos para responder aos estímulos. A atenção da aluna é direcionada aos estímulos auditivos, tais como brinquedos musicais, manifesta desinteresse e apatia diante ás atividades de maior atenção e percepção visuais.
            Conforme aponta o MEC, 2007. Pessoas com baixa visão, que apresentam “desde condições de indicar projeção de luz até o grau em que a redução da acuidade visual interfere ou limita seu desempenho”. O processo educativo se desenvolverá por meios visuais ainda que seja necessária a utilização de recursos específicos.
Em relação à parte motora a aluna não anda e engatinha, fica somente sentada.  As estimulações precisam ser adaptadas as suas limitações. Reage a luzes no escuro, quando percebe faz movimento com uma das mãos, nesse caso à direita. Com o oclusor no olho que é menos afetado, reage melhor aos estímulos. Sendo assim o plano de ação precisa atender as suas necessidades específicas. É preciso escolher diferentes matérias e usar várias técnicas até que aluna demonstre interesse.
Conforme consta nos documentos do Estado do Paraná, durante as observações realizadas, a criança quando consegue a usar o resíduo da visão, ajuda na coordenação dos movimentos, na mobilidade, na locomoção, no contato com o ambiente, na aprendizagem por imitação, ela busca o melhor uso de visão que uma possa ter.

CONCLUSÃO
            O estudo de caso foi realizado, como uma forma de ampliar conhecimentos, nesse caso a Educação Especial. Pois sabe-se que há dificuldades de diagnósticos precoce. O que buscou procurar com tal estudo é entender como é essa modalidade de ensino e como fazer uma avaliação correta.
            Muitos desses alunos possuem deficiências múltiplas e comprometimento na visão. Ao estimular a visão é preciso coletar dados, além do diagnóstico feito pelo oftalmologista é preciso uma parceria entre família e escola. Sempre investigar constantemente, entender que alunos com baixa visão tem potencias igual aos outros. As estratégias de aprendizagem o acesso ao conhecimento é a informação e os instrumentos de avaliações devem contribuir para uma escola igualitária para todos
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf, acesso em 17/05/2015.
Disponível em:       http://www.abcdasaude.com.br/medicina-interna/toxoplasmose
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: editora Vozes 4º edição, 2000.

 http://www.abcdasaude.com.br/medicina-interna/toxoplasmose

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