Estudo
de caso Baixa Visão.
INTRODUÇÃO
O
presente estudo de caso foi realizado para a disciplina de Estágio
Supervisionado em Diferentes Contextos Educacionais(Educação Especial), do Curso de
Licenciatura em Pedagogia. Baseia-se na observação de alunos atendidos no
Centro de Reeducação Visual. Localizado no Centro, na cidade de Curitiba – PR.
Pelo fato do estudo de caso ser um instrumento pedagógico que visa auxiliar na
busca por respostas a um determinado problema ou situação, e relacionar o
estudo com a prática é que se decidiu por relatar o correto diagnóstico na
justificativa de realizar a estimulação visual na infância para ter sucesso na aprendizagem
escolar. Observação feita especificamente a respeito da aluna aqui denominado
como “R”, com diagnóstico de coriorretinite e nistagmo.
Além
desses diagnósticos a aluna R tem outros diagnósticos da área da saúde, bem
como deficiência motora.
DESENVOLVIMENTO
A baixa visão é quase não é percebida na infância,
geralmente é detectada na fase escolar durante a alfabetização, sendo que a
detecção precoce contribui no desenvolvimento global da criança. Através de
condições de estimulações adequadas às necessidades de maturação, contribui no
desenvolvimento máximo de suas potencialidades e minimizam as limitações impostas
pela incapacidade visual.
Dentre as causas congênitas destacam-se como fatores mais
frequentes: a gestação precoce, desnutrição durante a gestação, uso de drogas
em geral, o álcool, e as infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis, AIDS,
toxoplasmose e citamegalovirus). No caso da aluna a R a infecção é
toxoplasmose.
As lesões causadas pela
toxoplasmose:
- Aborto espontâneo;
- Hidrocefalia;
- Atraso mental;
- Calcificações cerebrais;
- Lesões nos olhos;
- Cegueira;
- Surdez;
- Convulsões e atraso do desenvolvimento.
Além
das informações para adaptar o material e estimular a visão é preciso saber
o histórico da criança em relação a sua convivência familiar e o
desenvolvimento escolar. Baseado na avaliação diagnóstica da criança com
anamnese pode esclarecer o motivo da baixa visão
A
aluna faz os atendimentos no CRV, o objetivo principal é estimular a visão da
aluna R. Tal chegou ao CRV, com dois anos, faz três meses que iniciou o
atendimento especializado, já freqüenta a Educação Infantil desde 1 ano de
idade na cidade de São José dos Pinhais. O motivo do encaminhamento pelo
oftalmologista, é nistagmo,ou seja, movimentos rápidos no olho esquerdo, e
coriorretinite, com lesões no olho. Devido a essas lesões apresenta grande
comprometimento na visão, não consegue fixar o olho em imagens e objetos, seus
movimentos corporais são descoordenados.
A criança mora com os pais e uma irmã menor com 8 meses,
somente a mãe traz a aluna nos atendimentos, não passa muitas informações, sendo que
demonstra ser uma pessoa deprimida. Durante a conversa ela se culpa, pela deficiência
da filha.
Na escola em que
frequenta educação infantil, ela é a única aluna deficiente, na sala, por
motivos da visão e outras deficiências associadas, percebe um retardo no desenvolvimento
da aluna R. Conforme contato com o CMEI as estimulações não são adaptadas para
aproveitar o resíduo de visão.
Tem diagnóstico da área da saúde, que indica deficiência visual,
(nistagmo, estrabismo, coriorretinite). Apresenta deficiência associada. Durante
a gravidez a mãe foi infectada por toxoplasmose. Ao nascer já foi diagnosticado
a hidrocefalia, R tem uma válvula na cabeça para drenar o liquido.
Segundo o ABC da saúde a toxoplasmose causa diversas
alterações no organismo, entre eles lesões oculares. Acredita-se que a maioria
das lesões é causada na gestação, ressaltando que nem todos que são infectados
por toxoplasmose vão apresentar lesões oculares, ainda não se sabe a causa a
medicina não explica.
Na
avaliação da oftalmologista foi diagnosticado a
baixa visão, apresenta visão subnormal, precisa de estímulos para aproveitar
o resíduo de visão, sendo o olho esquerdo mais afetado, sendo coriorretinite
macular.(fazer citação).
A
definição de baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual) é
complexa devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções
visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução
da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e
o desempenho geral. (MEC. 2007, p.16)
Devido aos problemas motores afetados, a aluna não apresenta
linguagem, apenas manifesta algumas expressões, o choro. Na escola em que
frequenta as professoras estimulam os movimentos corporais, R não responde
satisfatoriamente. Também realiza acompanhamento com o neurologista,
oftalmologista, e terapia ocupacional. A mãe alega que devido as condições da família
não consegue fazer certos os acompanhamentos com outros profissionais devido a
situação financeira da família.
Para Oliveira (1997), a
criança precisa também aprender a controlar os movimentos dos seus olhos,
direcionando para um determinado ponto e direcioná-los intencionalmente para
algum lugar, para isto precisa ter um controle rigoroso e preciso dos músculos.
É importante que a família identifique os sintomas
apresentados, quando a mãe é infectada por toxoplasmose os cuidados a atenção
devem redobradas, pois a visão pode afetada. Na escola os professores não podem
confundir com alunos preguiçosos e desatentos. Devem estar atento as
dificuldades apresentadas pelo aluno, pois estes precisam de ambientes
estimuladores e motivadores.
Alunos
com baixa visão necessitam de um ambiente estimulador, de mediadores e
condições favoráveis à exploração de suas percepções. Entender que esses alunos não são diferentes
de seus colegas que enxergam no que diz respeito ao desejo de aprender, aos
interesses, à curiosidade, às motivações, às necessidades gerais de cuidados,
proteção, afeto, brincadeiras, limites, convívio e recreação dentre outros
aspectos relacionados à formação da identidade e aos processos de desenvolvimento
e aprendizagem. Devem ser tratados como qualquer educando no que se refere aos
direitos, deveres, normas, regulamentos, combinados, disciplina e demais
aspectos da vida escolar.
Reage a sons, nas percepções táteis demonstra
interesse. Nas estimulações na sala escura tem mais reações a luzes coloridas,
em outras estimulações com luminosidade demora alguns segundos para responder
aos estímulos. A atenção da aluna é direcionada aos estímulos auditivos, tais
como brinquedos musicais, manifesta desinteresse e apatia diante ás atividades
de maior atenção e percepção visuais.
Conforme
aponta o MEC, 2007. Pessoas com baixa visão, que apresentam “desde condições de
indicar projeção de luz até o grau em que a redução da acuidade visual
interfere ou limita seu desempenho”. O processo educativo se desenvolverá por
meios visuais ainda que seja necessária a utilização de recursos específicos.
Em
relação à parte motora a aluna não anda e engatinha, fica somente sentada. As estimulações precisam ser adaptadas as
suas limitações. Reage a luzes no escuro, quando percebe faz movimento com uma
das mãos, nesse caso à direita. Com o oclusor no olho que é menos afetado, reage
melhor aos estímulos. Sendo assim o plano de ação precisa atender as suas necessidades
específicas. É preciso escolher diferentes matérias e usar várias técnicas até
que aluna demonstre interesse.
Conforme
consta nos documentos do Estado do Paraná, durante as observações realizadas, a
criança quando consegue a usar o resíduo da visão, ajuda na coordenação dos
movimentos, na mobilidade, na locomoção, no contato com o ambiente, na aprendizagem
por imitação, ela busca o melhor uso de visão que uma possa ter.
CONCLUSÃO
O estudo de caso foi realizado, como uma forma de ampliar
conhecimentos, nesse caso a Educação Especial. Pois sabe-se que há dificuldades
de diagnósticos precoce. O que buscou procurar com tal estudo é entender como é
essa modalidade de ensino e como fazer uma avaliação correta.
Muitos desses alunos possuem deficiências múltiplas e comprometimento
na visão. Ao estimular a visão é preciso coletar dados, além do diagnóstico
feito pelo oftalmologista é preciso uma parceria entre família e escola. Sempre
investigar constantemente, entender que alunos com baixa visão tem potencias igual
aos outros. As estratégias de aprendizagem o acesso ao conhecimento é a
informação e os instrumentos de avaliações devem contribuir para uma escola
igualitária para todos
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf,
acesso em 17/05/2015.
Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/medicina-interna/toxoplasmose
OLIVEIRA, Gislene de Campos.
Psicomotricidade: educação e reeducação
num enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: editora Vozes 4º edição, 2000.
http://www.abcdasaude.com.br/medicina-interna/toxoplasmose