sábado, 21 de maio de 2016

Memorial

MEMÓRIAS DE UMA FUTURA PEDAGOGA.
INTRODUÇÃO
O presente memorial de formação do curso de Pedagogia da Faculdade Padre João Bagozzi, tem como objetivo relatar e resgatar a memória da minha vida escolar desde a primeira formação até a graduação, enquanto estudante. Com este resgate da vida escolar, apresentarei algumas informações sobre minhas dificuldades e conquistas para chegar ao final do curso de Pedagogia, assim, obtendo uma nova visão que se adquire no Curso Superior.
De forma reflexiva e resumida estarei recordando alguns fatos durante o percurso acadêmico,  e como o curso de licenciatura em Pedagogia interferiu na minha vida, pois as mudanças foram de forma significativa na  formação pessoal e profissional.

APRESENTAÇÃO

“Não sei se estou perto ou longe demais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinho, levo comigo cada recordação, cada vivência, cada lição. E, mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma pessoa de ontem me faz perceber que valeu a pena. ” (Albert Einstein)

            Sou Ivanilce Mendes de Oliveira, nasci em 05/12/1981, na cidade de Salgado Filho, Paraná. Tenho 2 irmãs, sou de família humilde até os 12 anos morei na zona rural, enfrentando muitas dificuldades para frequentar a escola. Na minha infância sempre gostava de brincar de ser professora e meu pai falava em suas brincadeiras, “vai ser pessessola”, imitando o jeito que eu falava.
Minha vida escolar iniciou em 1988, em uma escola rural. Na minha infância sempre imaginava e ficava ansiosa para ir para escola, pois minha irmã mais velha já frequentava, eu pegava seus materiais e fazia tentativas de ler e escrever. Ao ver meu entusiasmo meu pai pegava em minha mão para eu conseguir fazer os primeiros traços, no momento que comecei a frequentar a escola já sabia ler escrever. No início as dificuldades eram por motivos da distância, nossa casa era longe da escola e precisa atravessar o rio, devido às fortes chuvas a travessia era impossível, mas cheguei até a quarta série.
Quando passei para 5º série precisava ir estudar na cidade, então como minha casa era de difícil acesso de veículos, precisa andar alguns quilômetros para esperar o transporte escolar, então precisa levantar às 5 da manhã e meu pai me acompanhava até o local, pois precisa passar pela mata e era escuro, mesmo assim não desisti. Sempre fui uma menina muito tímida, pois passava por preconceitos por morar na zona rural, tinha dificuldades para me expressar pois riam da maneira que eu falava. Naquela época tinha a disciplina de Educação Moral e Cívica, uma vez no mês tínhamos que fazer apresentações, mas eu nunca participava, minha timidez atrapalhava.
Assim, fui enfrentando as dificuldades, vencendo alguns medos, e enfrentando novos desafios, até chegar ao 2º grau como era denominado na época. Devidos as reprovações, não consegui entrar no Magistério, pois o governo retirou o curso, naquele tempo começou Educação Geral. Com o passar dos anos, precisei trabalhar, pois tinha ajudar no orçamento de casa, devido a doença do meu pai tínhamos dificuldades financeiras, fui estudar a noite e trabalhar o dia todo. Mas já morávamos em uma cidade pequena chamada Flor da Serra do Sul e ainda apresentava dificuldades de aprendizagem escolar.
 Por motivos de saúde do meu pai, minha família resolveu tentar uma nova vida em Curitiba, no ano de 1998, estava no 1º ano do 2º grau, mas não terminei, devido à mudança e minhas notas não eram boas. A partir deste momento iniciou-se uma nova vida. De 1998 a 1999, não voltei a estudar porque precisava trabalhar, como não conhecia muito o novo lugar, ficava com medo também passei por preconceito por causa do jeito que falava. Em 2000, decidi voltar a estudar e terminar o 2º grau, em 2003 conclui essa modalidade com muitos sonhos. E ser professora tinha ficado somente nas boas lembranças de infância, pois precisa trabalhar e não conseguia um bom emprego para pagar uma faculdade, pois precisa colaborar com despesas de casa.
Em 2008, comecei a fazer o Curso de Formação Docente, na escola não tinha subseqüente, então fiz o integrado por ser perto da minha casa, fui informada que o Ensino Médio que havia concluído seria zerado, pois iria cursar novamente, mas agora na modalidade Normal Médio, mesmo assim segui em frente com curso. No segundo ano do Curso de Formação Docente, passei a trabalhar numa escola de Educação Infantil, na mesma instituição que estou até o momento, primeiramente como estagiaria, depois Atendente Infantil.  Terminei o curso em 2011 e passei a ser professora regente.
 No curso de Formação Docente aprendi elaborar planos de aula, conheci muitos autores que enriqueceram minha prática em sala de aula, muitos professores motivadores, pois a maioria das pessoas desistiam por causa dos estágios. No percurso do curso havia obstáculos, pois precisamos realizar nossa prática docente e também faltar o trabalho era um deles. Em muitas escolas onde realizei minhas práticas, alguns professores tinham baixa estima e reclamavam da profissão, os quais muitas vezes me desmotivavam, mas nas conversas com outros profissionais eles mostravam o lado encantador da educação. Lembro de uma conversa com a professora orientadora do Estágio Supervisionado a qual ela dizia “ é preciso vivenciar experiências ruins, pois aprendemos com isso também, assim podemos transformar a educação, tudo é um aprendizado”, e, foi o que realmente aconteceu, hoje posso refletir sobre minha ação e encorajar outras pessoas. Também aconteceram amizades que duram até hoje, mas cada uma seguiu um destino diferente na profissão, mas com boas recordações do Curso de Formação Docente. Em 2012 não estudei pois casaria no ano seguinte.
Com o apoio do meu esposo, em 2013 voltei a estudar, pois realizamos vários sonhos juntos e a faculdade não seria diferente. No segundo semestre de 2013 comecei um novo desafio, começar um Curso Superior, precisamente Pedagogia, pois é uma área que sempre gostei.

A FACULDADE
Na faculdade o primeiro dia foi como se fosse o primeiro dia de aula de uma criança, a noite nem consegui dormir direito de ansiedade, passei o dia com “borboletas no estomago”, pois, o 1º período cursei a noite, trabalhava o dia todo, foi um semestre de desafios e conquistas, a cada seminário e prova ficava ansiosa e nervosa, sou uma pessoa tímida e toda vez de apresentar seminários me atrapalhava, mas aos poucos fui aprendendo a lidar com estas emoções. Fui tomando consciência do caminho percorrido, muitas coisas se confirmaram com teoria e fui assimilando com prática, fiquei impressionada pois muitas coisas ainda não sabia.
Nas disciplinas que estudamos no primeiro período o que me chamava atenção era assuntos ligados as crianças pequenas, como já trabalhava alguns anos na Educação Infantil algumas coisas precisavam ser aprimoradas. Dessa forma descobri que as crianças no Brasil foram desrespeitadas, apesar de ser considerado um ser social, portanto, ainda não a respeitamos como parte da sociedade. Nas aulas pude estudar a crianças em épocas de abandono, desprezo, desqualificação, violência e morte.
Foi ótimo conhecer a história social da criança e da família através das teses de Philippe Áries. Ele as resumiu em duas: a primeira onde analisa a sociedade tradicional, a relação da criança e da família. A sociedade tradicional via mal a criança, a sua socialização, a transmissão de valores e de conhecimento não eram asseguradas e nem controladas pela família. A família não tinha a função afetiva, essas trocas afetivas ocorriam nas comunidades, fora da família. O aprendizado da criança se dava ajudando o adulto a fazer as coisas, ela era misturada aos adultos e aprendia sobre a vida através desse contato. A segunda tese analisa o novo lugar assumido pela criança e família na sociedade industrial. Nessa fase a criança adquire nova função, o número de filhos da família diminui para serem mais bem cuidados e a criança ganha certa importância na sociedade. A escola substitui a aprendizagem como meio de educação. A criança deixa de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente através desse contato. Porém, a nova aprendizagem aconteceu em forma de enclasuramento, afastando as crianças da família, isto acaba se estendendo até nossos dias, e que recebe o nome de escolarização[1]
No contexto histórico a criança vem buscando seu espaço com algumas conquistas, ainda precisa de muitos estudos, apesar que atualmente existe um documento voltado somente para Educação infantil, mas demorou para chegar a estas conquistas. Ao estudar o RCNEI, percebi que a criança é ser humano que necessita de conhecimentos para se desenvolver, pois é através das brincadeiras que a criança experimenta e aprende. Hoje a criança é vista como um sujeito reflexivo, capaz de socializar-se, criar, expressar-se. Essa concepção de sujeito é recorrente nas propostas pedagógicas. Também percebi que houve grandes transformações na Educação Infantil, só nos anos 90 que isso ocorreu, onde foram criadas legislações e documentos voltados para tal modalidade.
Foi um semestre onde descobri que o ser humano está em constante aprendizado, enquanto viver sempre terá novas experiências. Apesar do conhecimento que tinha adquirido no Curso de Formação de Docentes, percebi que as transformações na educação sempre ocorrem e quando decidimos ser professores ou Pedagogos, necessitamos estar em constante aprendizado.
E assim se encaminhou os demais períodos, a partir do segundo período comecei freqüentar a faculdade pela manhã, e passei trabalhar apenas no período vespertino. Com isso, passei a me dedicar mais a faculdade e percebi que paulatinamente as transformações aconteceram na minha vida acadêmica, se houve transformação é porque houve aprendizado. No segundo período iniciou o estágio na Educação Infantil, como já trabalho em instituição particular, foi possível analisar as duas faces. Com isso percebi que não diferença apenas é um julgamento social, pois os CMEIS possuem amplo espaço para o desenvolvimento integral da criança. Durante o estágio percebi que para um bom andamento de toda equipe depende muito da forma que gestão administra a escola.
O ponto de partida do percurso para elaboração do projeto político pedagógico é a reunião do grupo de autores da proposta, envolvendo todos os segmentos da instituição de ensino e a comunidade, para discutirem a definição de objetivos e a quem será destinada a proposta, o diagnóstico da situação da educação infantil na localidade, o levantamento da realidade socioeconômica e cultural da população, as demandas e as metas de atendimento. (PPP)
Dessa maneira para que a escola tenha um bom funcionamento é necessário um trabalho em conjunto. Pois na instituição estagiada a comunidade escolar é participativa e todos os problemas não ficam somente para o diretor resolver. Ao referido (LUCK, 1998, p.18):
Aos responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a sustentação de um ambiente propicio de participação plena, no processo social e escolar, dos seus profissionais, de alunos e de sus pais, uma vez que se entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social e crítica e sentido de cidadania.
            É desta forma que torna uma escola participativa, com toda comunidade escolar participando, torna um ambiente propício para o sucesso escolar, todos são beneficiados, família, professores, serviços gerais. Portanto, é preciso refletir sobre experiências, e criticar sobre situações que não são adequadas nas instituições escolares, desse modo, participar da gestão, é uma forma de lutar pela educação por dias melhores.
            E, assim no decorrer dos períodos sempre há novos desafios e cada um deles novas “borboletas surgem no estômago”. Então, chega a hora de ir estagiar no Ensino Fundamental, conhecer a prática e relacionar com a teoria que aprendemos na faculdade, pois precisamos da base teórica para entender a realidade o desenvolvimento e aprendizado das crianças.
  
O papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise e investigação que permitem questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e,ao mesmo tempo,colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicáveis sempre provisórias da realidade ( PIMENTA; LIMA, 2012,p.43)


Diante do que mencionei, percebi que não é suficiente apenas a teoria como alicerce na minha formação, faz se necessário a prática intrínseca a teoria. Nessa profissão que escolhi de ser professor busco constantemente, não apenas o saber, mas também o fazer. Sei que também o professor tem que ser reflexivo no dia- a –dia, para que não haja uma acomodação para avaliar sua prática buscando aperfeiçoar alguns métodos.
            Sendo assim compete aos cursos de formação possibilitar a nós futuros professores/Pedagogos a compreensão da complexibilidade das práticas e ações praticadas pelos profissionais, como alternativa no preparo para inserção profissional a ser conquistado se o estágio for articulado a todas as disciplinas.
            Durante este percurso foi bom estudar Vigotsky, e entender em suas teorias que o homem, não é só genética, é também história e cultura e a linguagem é a forma que o indivíduo expressa seu pensamento. É necessário levar em conta o papel do professor, dos colegas e do social, pois Vigotsky reconhece que o conhecimento não se constrói do nada, é necessária cultura, precisa de socialização e diálogo. Com relação a teoria de Piaget ficam dúvidas de que a criança constrói seu próprio conhecimento, com a interação do sujeito com o objeto do conhecimento, não levando em conta a o papel do professor. Resumindo a teoria de Piaget “como se aprende se desenvolve” e Vigotsky “se desenvolve porque aprende”.
            Neste momento observar as crianças no Ensino Fundamental, é preciso da abordagem histórico cultural é entender pois as crianças conhecem o mundo por mio das relações com os outros, é na escola onde elas têm este contato sistematizado, organizados de conhecimento, que fornece às crianças instrumentos para elaborá-los. O papel do professor é mediador, que procura oferecer aos alunos atividades significativas.
            E como a formação exige uma prática de formação em cada modalidade da educação, também foi realizado estágio na Educação de Jovens e Adultos. Foi muito prazeroso conhecer na prática como, estes indivíduos aprendem, e está turma era muito especial, só havia adultos e idosos, todos com vontade de aprender a ler, escrever e fazer as continhas, assim eles falavam.
            Ainda fica em minha memória o caso de um senhor que era ansioso para aprender a ler e escrever, pois ele queria fazer a carteira de motorista. E todos ali presentes na sala eram muito esforçados. Aprendi nas aulas da Professora Cassia que é preciso estar disposto para ouvir as dificuldades dos alunos, não somente em questão de aprendizado, mas dos problemas familiares. Estabelecendo uma relação entre educandos e educadores da EJA, é importante conhecer a identidade desses sujeitos inseridos nessa modalidade. O perfil dos da EJA da rede pública são a maioria são trabalhadores, dona de casa, idosos, portadores de dificuldades de aprendizagem. São alunos com suas diferenças culturais, etnias, religião, crenças.
Não é possível respeito aos educandos, a sua dignidade, a seu ser formando-se, à sua identidade fazendo-se, se não se levam em consideração às condições em que eles vêm existindo, se não se reconhece a importância dos "conhecimentos de experiência feitos” com que chegam à escola. O respeito devido à dignidade do educando não me permite subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo para a escola. (FREIRE, 2014, p. 62)
É sob esta visão que o educador da EJA deve considerar suas práticas educativas e suas atitudes de sociabilidade como educador, inserindo-se a este grupo tão heterogêneo. A educação que vai além dos códigos a serem decifrados, o essencial é contribuir para um pensamento crítico do seu educando, oferecendo-lhes meios para superar a ingenuidade oriundas de sua cultura, assim apoderando-se de uma visão crítica de sua realidade, essa conquista é a mudança por meio da educação.
Também fui vivenciar na prática como é a Educação Especial, como são alunos com baixa visão são estimulados para que consigam ter um aprendizado eficaz na escola, este conhecimento aconteceu em atendimento individualizado.

 Há vínculo entre professor e aluno, os atendimentos são diversificados atendendo as necessidades de cada um. Nos planos de ação constam os materiais que utilizaram para estimulação no final do atendimento é feito um relatório pelo professor constando as dificuldades e os progressos dos alunos. Ao iniciar o atendimento a professora vai colocar as atividades a um metro de distância e testa as dificuldades, depois vai aproximando, até que o aluno demonstre que reconhece as imagens no painel. Também faz leitura com os alunos testando o tamanho das letras para fazer as adaptações, os alunos fazem cópias do quadro. Essas estimulações são necessárias, depois a escola regular é informada sobre os avanços do aluno, e sempre estão contato com o CRV para que também consigam fazer as adaptações adequadas.
O Atendimento Educacional Especializado, na perspectiva da Educação Inclusiva, assume um caráter exclusivamente de suporte e apoio à educação regular, por meio do atendimento à escola, ao professor da classe regular e ao aluno. Tem como objetivo oferecer aos alunos que frequentam a Sala de Recursos Multifuncional ensino de conteúdos específicos, estratégias e utilização de recursos pedagógicos e de tecnologia diferenciados, não existentes na classe regular, que são fundamentais para garantir a sua aprendizagem e acesso ao currículo comum. (BORTOLINI. 2013, p.19)

Enfim o estágio na Educação Especial proporcionou um conhecimento sobre as adaptações que são necessárias na educação inclusiva o professor e todos envolvidos na educação, devem adaptar o currículo para um ensino de qualidade. Compreendo que nos atendimentos individualizados o aproveitamento é maior, pois esses alunos sendo estimulados visualmente conseguem realizar tarefas do cotidiano e aprendem a viver com o pouco de visão que possuem.
É importante o empenho do professor na hora de planejar suas atividades e conhecer todo o histórico de saúde do aluno, isso só se faz trabalhando em conjunto com família, escola, terapeuta entre outros envolvidos. Assim a sociedade vai aos poucos mudando seu pensamento e incluindo todos igualmente.
Estagio supervisionado em pedagogia não escolar, na área empresarial.
            O estágio é o momento de pôr em pratica o conhecimento teórico que adquirimos no semestre favorecendo para o desenvolvimento profissional e pessoal, assim a empresa S que está no mercado desde 1999, fabricando e distribuindo produtos na área de telecomunicações em rede. 
            No primeiro momento houve um espanto do gerente com relação a atuação do pedagogo, o mesmo relatou não saber a função de estagiários de Pedagogia na empresa.  Então neste primeiro dia foi um momento de conversa, e apresentação da empresa, assim descobrimos juntos, compartilhando os conhecimentos teóricos adquiridos na faculdade. Durante o semestre abordamos algumas atividades exercidas pelo pedagogo na empresa, dessa maneira, o pedagogo precisa conhecer a base da administração.
Neste primeiro contato com a instituição, foi uma abordagem sobre a formação em pedagogia, voltada para área empresarial, expliquei sobre algumas considerações feitas por José Carlos Libâneo, que estão descritas no livro Pedagogia e Pedagogos Para Que? Também mencionei aquilo que aprendemos na disciplina de Pedagogia em Organizações Empresariais, sobre a formação do pedagogo, afirma Libâneo (2010, p. 59)

Formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvam atividades pedagógicas (não escolares) em órgãos públicos, privados e públicos-não estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação e promoção social etc.

 
Depois de passar por várias experiências, cada semestre trouxe um aprendizado, então chegou a vez de conhecer como é o trabalho de gestão, como o pedagogo organiza seu trabalho pedagógico. Então voltei a procurar na escola que já tinha realizado o estágio na EJA, para realizar a noite e conhecer um pouco como é administrado no período noturno.
No Estágio de Gestão Escolar percebi a grande dificuldade que hoje os gestores enfrentam em cuidar da organização escolar nos vários aspectos didáticos, pedagógicos, financeiros, estruturais, educacionais, disciplinares. Além de ter uma grande responsabilidade com sua clientela, os gestores são vigiados com muitas cobranças e enormes prestações de contas, tanto econômicas quanto pedagógicas. As avaliações constantes de toda a escola e as prestações de contas são tarefas extremamente importantes, pois atendem as exigências governamentais, e tem como objetivo também a obtenção de bons resultados, levando a escola ao desenvolvimento procurando realizar intervenções corrigindo falhas e fazendo os reajustes necessários para uma boa educação. Sem contar da desvalorização profissional, observei que o governo cria novas funções para diminuir custos nos pagamentos.
Para finalizar, em cada estágio percebi que as instituições cada uma tem suas particularidades a visão, missão e valores que definem que se deseja da educação, tudo que uma escola precisa ter é um Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar onde estão descritos os objetivos da instituição, o mesmo precisa da participação da comunidade escolar (pais, todos funcionário da instituição, desde a duração até os que trabalham nos serviços gerais.). No tal documento está a obrigação de cada função dentro da escola e o mesmo precisa estar atualizado.
Para (VASCONCELLOS, 1995, p. 143) afirma que:

Projeto Pedagógico [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição.
            Portanto, a gestão escolar reflete em posições políticas e concepções de homem e sociedade, no PPP está descrito o modo que a escola se organiza e sua estrutura tem um caráter pedagógico. Então precisa estar sempre atualizado, diante de tantas transformações que ocorrem na sociedade precisa de novas reflexões.
Posso finalizar dizendo que cada um dos professores que passaram na vida enquanto estudante, levo em minha lembrança cada momento de aprendizado, sendo todos significativos. Aprendi que posso questionar algo que não concordo pois tenho conhecimentos para argumentar, ainda aprendi que em minhas ações preciso refletir, para poder agir novamente, consertando erros e aperfeiçoando o que deu certo.
Enquanto futura Pedagoga, aprendi que preciso de inovações, buscar meios que acompanhem as transformações sociais. Pois concordo plenamente quando com Saviani e Libanêo, que é preciso mudanças nos currículos das instituições que fornecem curso de formação de professores, assim fazendo uma crítica que a formação de pedagogos e professores tinha que ser diferenciada, pois a junção desses tornou uma formação generalista. E o trabalho do Pedagogo vai além da sala aula.
 O curso de Pedagogia disciplina foi essencial para meu crescimento pessoal e profissional, cada conteúdo aprendido na teoria, podia ser vivenciado na prática, sendo assim, o curso superior proporcionou este olhar aguçado para entender a importância entre a teoria e prática, mesmo que muitas vezes foram exaustivas. Segundo Pimenta e Lima (2004), abordam que o estágio é a parte prática dos cursos de formação dos profissionais e que muitos cursos, dão ênfase a um aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem articular a teoria e a prática como saberes que se complementam, portanto compreende que o estágio tem de ser teórico e prático.
Infelizmente, sabendo que a educação precisa de inovações, principalmente a valorização dos profissionais que lutam por melhorias. Ainda é preciso recuperar o encanto, o respeito e admiração perante a sociedade. Acredito que isso possa mudar um dia, percebi que houve mudanças na minha vida desde o início da formação e ao término desta graduação em Licenciatura em Pedagogia, tudo que vivenciei nestes 3 anos, posso dizer que não sou a mesma pessoa que quando iniciei o curso, entendi que é necessário estar em constante aprendizado e para ser um professor ou Pedagogo precisa de estudos permanentes. Portanto o conhecimento é a base não só de um bom profissional, mas também de um ser humano mais crítico, mais informado e com ampla bagagem de aprendizagem. E finalizando esta etapa me sinto capacitada para continuar acreditando numa profissão que estava na minha cabeça desde a infância, claro buscando aperfeiçoar minhas práticas. Pois durante minha formação, sempre refleti que para uma educação cada vez melhor é preciso estar sempre buscando inovações. E finalizo com a seguinte frase.
 “A paciência é amarga, mas seu fruto é doce. ” (J.J. Rousseau)



ALMEIDA, M. Pedagogia empresarialsaberes, práticas e referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006.


BORTOLINI. R.  Plano de desenvolvimento individual para o atendimento educacional especializa­do. In: https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/af-livro_9_poker_v7.pdf. – São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Oficina Universitária, 2013 , acesso em 18/05/2015
LIBANÊO, José, Pedagogia e pedagogos para que? 12. Ed. São Paulo, Cortez, 2010.

LUCK. H, A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
.
RIBEIRO, A.Pedagogia empresarial: Atuação do pedagogo na empresa. 5ed.Rio de Janeiro: Wak, 2008.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena Lima. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2012.
VASCONCELLOS, C.S. Coordenação do trabalho pedagógico: do Projeto Político- Pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 6ª Ed. São Paulo: Libertad, 2006.






Eu com 4 anos
[1] Cf em: Áries 1981

Algumas fotos que compõe meu memorial



Eu minhas irmãs em 1990, esse era o lugar onde morava na zona rural



Amigas do magistério
Apresentando teatro de fantoches no curso de Formação Docente.
Discurso de formatura do Curso de Formação de Docentes
Meu esposo sempre presente, ainda éramos namorados
Sonho de infância realizado, agora sim, Professora.
Meu pai e minhã mãe, comemorando minha conquista.



 Família comemorando  a minha formatura
Uma professora muito especial, adorava suas aulas de Literatura Infanto Juvenil
Amigas do Curso de Formação Docentes



Apresentando trabalho no Curso de Formação Docente
Emilias, se preparando para dar um show.






Meu casamento em 2013



Apresentando primeiros Seminários na Faculdade
Prestigiando trabalhos das colegas da Faculdade
Apresentação de Seminário


Prestigiando o trabalho das colegas.



Participando de oficinas na faculdade.
Participando de oficinas na faculdade.
Apresentando oficina para alunos do IEPPEP
Participando de atividades propostas pelas colegas.

Apresentando a oficina de formação. O tocador de flauta celestial


Felizes e agradecidas
Fotos para a formatura, futuras Pedagogas.

Grupo de afinidades.



Formatura da minha irmã, também Pedagoga.

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