MEMÓRIAS
DE UMA FUTURA PEDAGOGA.
INTRODUÇÃO
O
presente memorial de formação do curso de Pedagogia da Faculdade Padre João
Bagozzi, tem como objetivo relatar e resgatar a memória da minha vida escolar
desde a primeira formação até a graduação, enquanto estudante. Com este resgate
da vida escolar, apresentarei algumas informações sobre minhas dificuldades e
conquistas para chegar ao final do curso de Pedagogia, assim, obtendo uma nova
visão que se adquire no Curso Superior.
De
forma reflexiva e resumida estarei recordando alguns fatos durante o percurso acadêmico, e como o curso de licenciatura em Pedagogia interferiu na minha vida, pois as mudanças
foram de forma significativa na formação pessoal e profissional.
APRESENTAÇÃO
“Não sei se estou perto ou longe demais,
se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias
iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinho, levo comigo cada
recordação, cada vivência, cada lição. E, mesmo que tudo não ande da forma que
eu gostaria, saber que já não sou a mesma pessoa de ontem me faz perceber que
valeu a pena. ” (Albert Einstein)
Sou Ivanilce Mendes de Oliveira,
nasci em 05/12/1981, na cidade de Salgado Filho, Paraná. Tenho 2 irmãs, sou de
família humilde até os 12 anos morei na zona rural, enfrentando muitas
dificuldades para frequentar a escola. Na minha infância sempre gostava
de brincar de ser professora e meu pai falava em suas brincadeiras, “vai ser
pessessola”, imitando o jeito que eu falava.
Minha
vida escolar iniciou em 1988, em uma escola rural. Na minha infância sempre
imaginava e ficava ansiosa para ir para escola, pois minha irmã mais velha já
frequentava, eu pegava seus materiais e fazia tentativas de ler e escrever. Ao
ver meu entusiasmo meu pai pegava em minha mão para eu conseguir fazer os primeiros
traços, no momento que comecei a frequentar a escola já sabia ler escrever. No início
as dificuldades eram por motivos da distância, nossa casa era longe da escola e
precisa atravessar o rio, devido às fortes chuvas a travessia era impossível,
mas cheguei até a quarta série.
Quando
passei para 5º série precisava ir estudar na cidade, então como minha casa era
de difícil acesso de veículos, precisa andar alguns quilômetros para esperar o
transporte escolar, então precisa levantar às 5 da manhã e meu pai me
acompanhava até o local, pois precisa passar pela mata e era escuro, mesmo assim
não desisti. Sempre fui uma menina muito tímida, pois passava por preconceitos
por morar na zona rural, tinha dificuldades para me expressar pois riam da
maneira que eu falava. Naquela época tinha a disciplina de Educação Moral e
Cívica, uma vez no mês tínhamos que fazer apresentações, mas eu nunca
participava, minha timidez atrapalhava.
Assim,
fui enfrentando as dificuldades, vencendo alguns medos, e enfrentando novos
desafios, até chegar ao 2º grau como era denominado na época. Devidos as
reprovações, não consegui entrar no Magistério, pois o governo retirou o curso,
naquele tempo começou Educação Geral. Com o passar dos anos, precisei trabalhar,
pois tinha ajudar no orçamento de casa, devido a doença do meu pai tínhamos
dificuldades financeiras, fui estudar a noite e trabalhar o dia todo. Mas já
morávamos em uma cidade pequena chamada Flor da Serra do Sul e ainda
apresentava dificuldades de aprendizagem escolar.
Por motivos de saúde do meu pai, minha família
resolveu tentar uma nova vida em Curitiba, no ano de 1998, estava no 1º ano do
2º grau, mas não terminei, devido à mudança e minhas notas não eram boas. A
partir deste momento iniciou-se uma nova vida. De 1998 a 1999, não voltei a
estudar porque precisava trabalhar, como não conhecia muito o novo lugar,
ficava com medo também passei por preconceito por causa do jeito que falava. Em
2000, decidi voltar a estudar e terminar o 2º grau, em 2003 conclui essa
modalidade com muitos sonhos. E ser professora tinha ficado somente nas boas
lembranças de infância, pois precisa trabalhar e não conseguia um bom emprego
para pagar uma faculdade, pois precisa colaborar com despesas de casa.
Em
2008, comecei a fazer o Curso de Formação Docente, na escola não tinha
subseqüente, então fiz o integrado por ser perto da minha casa, fui informada
que o Ensino Médio que havia concluído seria zerado, pois iria cursar
novamente, mas agora na modalidade Normal Médio, mesmo assim segui em frente
com curso. No segundo ano do Curso de Formação Docente, passei a trabalhar numa
escola de Educação Infantil, na mesma instituição que estou até o momento,
primeiramente como estagiaria, depois Atendente Infantil. Terminei o curso em 2011 e passei a ser
professora regente.
No curso de Formação Docente aprendi elaborar
planos de aula, conheci muitos autores que enriqueceram minha prática em sala
de aula, muitos professores motivadores, pois a maioria das pessoas desistiam
por causa dos estágios. No percurso do curso havia obstáculos, pois precisamos
realizar nossa prática docente e também faltar o trabalho era um deles. Em
muitas escolas onde realizei minhas práticas, alguns professores tinham baixa
estima e reclamavam da profissão, os quais muitas vezes me desmotivavam, mas
nas conversas com outros profissionais eles mostravam o lado encantador da
educação. Lembro de uma conversa com a professora orientadora do Estágio
Supervisionado a qual ela dizia “ é preciso vivenciar experiências ruins, pois
aprendemos com isso também, assim podemos transformar a educação, tudo é um
aprendizado”, e, foi o que realmente aconteceu, hoje posso refletir sobre minha
ação e encorajar outras pessoas. Também aconteceram amizades que duram até
hoje, mas cada uma seguiu um destino diferente na profissão, mas com boas
recordações do Curso de Formação Docente. Em 2012 não estudei pois casaria no
ano seguinte.
Com
o apoio do meu esposo, em 2013 voltei a estudar, pois realizamos vários sonhos
juntos e a faculdade não seria diferente. No segundo semestre de 2013 comecei
um novo desafio, começar um Curso Superior, precisamente Pedagogia, pois é uma
área que sempre gostei.
A FACULDADE
Na
faculdade o primeiro dia foi como se fosse o primeiro dia de aula de uma
criança, a noite nem consegui dormir direito de ansiedade, passei o dia com
“borboletas no estomago”, pois, o 1º período cursei a noite, trabalhava o dia
todo, foi um semestre de desafios e conquistas, a cada seminário e prova ficava
ansiosa e nervosa, sou uma pessoa tímida e toda vez de apresentar seminários me
atrapalhava, mas aos poucos fui aprendendo a lidar com estas emoções. Fui
tomando consciência do caminho percorrido, muitas coisas se confirmaram com
teoria e fui assimilando com prática, fiquei impressionada pois muitas coisas
ainda não sabia.
Nas
disciplinas que estudamos no primeiro período o que me chamava atenção era assuntos
ligados as crianças pequenas, como já trabalhava alguns anos na Educação
Infantil algumas coisas precisavam ser aprimoradas. Dessa forma descobri que as
crianças no Brasil foram desrespeitadas, apesar de ser considerado um ser
social, portanto, ainda não a respeitamos como parte da sociedade. Nas aulas
pude estudar a crianças em épocas de abandono, desprezo, desqualificação,
violência e morte.
Foi
ótimo conhecer a história social da criança e da família através das teses de
Philippe Áries. Ele as resumiu em duas: a primeira onde analisa a sociedade
tradicional, a relação da criança e da família. A sociedade tradicional via mal
a criança, a sua socialização, a transmissão de valores e de conhecimento não
eram asseguradas e nem controladas pela família. A família não tinha a função
afetiva, essas trocas afetivas ocorriam nas comunidades, fora da família. O
aprendizado da criança se dava ajudando o adulto a fazer as coisas, ela era
misturada aos adultos e aprendia sobre a vida através desse contato. A segunda
tese analisa o novo lugar assumido pela criança e família na sociedade
industrial. Nessa fase a criança adquire nova função, o número de filhos da
família diminui para serem mais bem cuidados e a criança ganha certa
importância na sociedade. A escola substitui a aprendizagem como meio de
educação. A criança deixa de ser misturada aos adultos e de aprender a vida
diretamente através desse contato. Porém, a nova aprendizagem aconteceu em
forma de enclasuramento, afastando as crianças da família, isto acaba se
estendendo até nossos dias, e que recebe o nome de escolarização[1]
No
contexto histórico a criança vem buscando seu espaço com algumas conquistas,
ainda precisa de muitos estudos, apesar que atualmente existe um documento
voltado somente para Educação infantil, mas demorou para chegar a estas
conquistas. Ao estudar o RCNEI, percebi que a criança é ser humano que
necessita de conhecimentos para se desenvolver, pois é através das brincadeiras
que a criança experimenta e aprende. Hoje a criança é vista como um sujeito
reflexivo, capaz de socializar-se, criar, expressar-se. Essa concepção de
sujeito é recorrente nas propostas pedagógicas. Também percebi que houve
grandes transformações na Educação Infantil, só nos anos 90 que isso ocorreu,
onde foram criadas legislações e documentos voltados para tal modalidade.
Foi
um semestre onde descobri que o ser humano está em constante aprendizado,
enquanto viver sempre terá novas experiências. Apesar do conhecimento que tinha
adquirido no Curso de Formação de Docentes, percebi que as transformações na
educação sempre ocorrem e quando decidimos ser professores ou Pedagogos,
necessitamos estar em constante aprendizado.
E
assim se encaminhou os demais períodos, a partir do segundo período comecei
freqüentar a faculdade pela manhã, e passei trabalhar apenas no período
vespertino. Com isso, passei a me dedicar mais a faculdade e percebi que
paulatinamente as transformações aconteceram na minha vida acadêmica, se houve
transformação é porque houve aprendizado. No segundo período iniciou o estágio
na Educação Infantil, como já trabalho em instituição particular, foi possível
analisar as duas faces. Com isso percebi que não diferença apenas é um
julgamento social, pois os CMEIS possuem amplo espaço para o desenvolvimento
integral da criança. Durante o estágio percebi que para um bom andamento de
toda equipe depende muito da forma que gestão administra a escola.
O ponto de partida do percurso para
elaboração do projeto político pedagógico é a reunião do grupo de autores da
proposta, envolvendo todos os segmentos da instituição de ensino e a
comunidade, para discutirem a definição de objetivos e a quem será destinada a
proposta, o diagnóstico da situação da educação infantil na localidade, o
levantamento da realidade socioeconômica e cultural da população, as demandas e
as metas de atendimento. (PPP)
Dessa
maneira para que a escola tenha um bom funcionamento é necessário um trabalho
em conjunto. Pois na instituição estagiada a comunidade escolar é participativa
e todos os problemas não ficam somente para o diretor resolver. Ao referido
(LUCK, 1998, p.18):
Aos
responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a
sustentação de um ambiente propicio de participação plena, no processo social e
escolar, dos seus profissionais, de alunos e de sus pais, uma vez que se
entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência
social e crítica e sentido de cidadania.
É desta forma que torna uma
escola participativa, com toda comunidade escolar participando, torna um
ambiente propício para o sucesso escolar, todos são beneficiados, família,
professores, serviços gerais. Portanto, é preciso refletir sobre experiências,
e criticar sobre situações que não são adequadas nas instituições escolares,
desse modo, participar da gestão, é uma forma de lutar pela educação por dias
melhores.
E, assim no decorrer dos períodos
sempre há novos desafios e cada um deles novas “borboletas surgem no estômago”.
Então, chega a hora de ir estagiar no Ensino Fundamental, conhecer a prática e
relacionar com a teoria que aprendemos na faculdade, pois precisamos da base
teórica para entender a realidade o desenvolvimento e aprendizado das crianças.
O papel das
teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise e
investigação que permitem questionar as práticas institucionalizadas e as ações
dos sujeitos e,ao mesmo tempo,colocar elas próprias em questionamento, uma vez
que as teorias são explicáveis sempre provisórias da realidade ( PIMENTA; LIMA,
2012,p.43)
Diante do que mencionei, percebi que não é
suficiente apenas a teoria como alicerce na minha formação, faz se necessário a
prática intrínseca a teoria. Nessa profissão que escolhi de ser professor busco
constantemente, não apenas o saber, mas também o fazer. Sei que também o
professor tem que ser reflexivo no dia- a –dia, para que não haja uma
acomodação para avaliar sua prática buscando aperfeiçoar alguns métodos.
Sendo
assim compete aos cursos de formação possibilitar a nós futuros professores/Pedagogos
a compreensão da complexibilidade das práticas e ações praticadas pelos
profissionais, como alternativa no preparo para inserção profissional a ser
conquistado se o estágio for articulado a todas as disciplinas.
Durante
este percurso foi bom estudar Vigotsky, e entender em suas teorias que o homem,
não é só genética, é também história e cultura e a linguagem é a forma que o
indivíduo expressa seu pensamento. É necessário levar em conta o papel do
professor, dos colegas e do social, pois Vigotsky reconhece que o conhecimento
não se constrói do nada, é necessária cultura, precisa de socialização e diálogo.
Com relação a teoria de Piaget ficam dúvidas de que a criança constrói seu
próprio conhecimento, com a interação do sujeito com o objeto do conhecimento, não
levando em conta a o papel do professor. Resumindo a teoria de Piaget “como se
aprende se desenvolve” e Vigotsky “se desenvolve porque aprende”.
Neste
momento observar as crianças no Ensino Fundamental, é preciso da abordagem
histórico cultural é entender pois as crianças conhecem o mundo por mio das
relações com os outros, é na escola onde elas têm este contato sistematizado,
organizados de conhecimento, que fornece às crianças instrumentos para
elaborá-los. O papel do professor é mediador, que procura oferecer aos alunos
atividades significativas.
E como
a formação exige uma prática de formação em cada modalidade da educação, também
foi realizado estágio na Educação de Jovens e Adultos. Foi muito prazeroso
conhecer na prática como, estes indivíduos aprendem, e está turma era muito
especial, só havia adultos e idosos, todos com vontade de aprender a ler,
escrever e fazer as continhas, assim eles falavam.
Ainda
fica em minha memória o caso de um senhor que era ansioso para aprender a ler e
escrever, pois ele queria fazer a carteira de motorista. E todos ali presentes
na sala eram muito esforçados. Aprendi nas aulas da Professora Cassia que é
preciso estar disposto para ouvir as dificuldades dos alunos, não somente
em questão de aprendizado, mas dos problemas familiares. Estabelecendo uma
relação entre educandos e educadores da EJA, é importante conhecer a identidade
desses sujeitos inseridos nessa modalidade. O perfil dos da EJA da rede pública
são a maioria são trabalhadores, dona de casa, idosos, portadores de
dificuldades de aprendizagem. São alunos com suas diferenças culturais, etnias,
religião, crenças.
Não é possível respeito aos
educandos, a sua dignidade, a seu ser formando-se, à sua identidade fazendo-se,
se não se levam em consideração às condições em que eles vêm existindo, se não
se reconhece a importância dos "conhecimentos de experiência feitos” com
que chegam à escola. O respeito devido à dignidade do educando não me permite
subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo para a escola.
(FREIRE, 2014, p. 62)
É
sob esta visão que o educador da EJA deve considerar suas práticas educativas e
suas atitudes de sociabilidade como educador, inserindo-se a este grupo tão
heterogêneo. A educação que vai além dos códigos a serem decifrados, o
essencial é contribuir para um pensamento crítico do seu educando,
oferecendo-lhes meios para superar a ingenuidade oriundas de sua cultura, assim
apoderando-se de uma visão crítica de sua realidade, essa conquista é a mudança
por meio da educação.
Também
fui vivenciar na prática como é a Educação Especial, como são alunos com baixa
visão são estimulados para que consigam ter um aprendizado eficaz na escola,
este conhecimento aconteceu em atendimento individualizado.
Há vínculo entre
professor e aluno, os atendimentos são diversificados atendendo as necessidades
de cada um. Nos planos de ação constam os materiais que utilizaram para
estimulação no final do atendimento é feito um relatório pelo professor
constando as dificuldades e os progressos dos alunos. Ao iniciar o atendimento
a professora vai colocar as atividades a um metro de distância e testa as
dificuldades, depois vai aproximando, até que o aluno demonstre que reconhece
as imagens no painel. Também faz leitura com os alunos testando o tamanho das letras
para fazer as adaptações, os alunos fazem cópias do quadro. Essas estimulações
são necessárias, depois a escola regular é informada sobre os avanços do aluno,
e sempre estão contato com o CRV para que também consigam fazer as adaptações adequadas.
O Atendimento Educacional
Especializado, na perspectiva da Educação Inclusiva, assume um caráter
exclusivamente de suporte e apoio à educação regular, por meio do atendimento à
escola, ao professor da classe regular e ao aluno. Tem como objetivo oferecer
aos alunos que frequentam a Sala de Recursos Multifuncional ensino de conteúdos
específicos, estratégias e utilização de recursos pedagógicos e de tecnologia
diferenciados, não existentes na classe regular, que são fundamentais para
garantir a sua aprendizagem e acesso ao currículo comum. (BORTOLINI. 2013,
p.19)
Enfim
o estágio na Educação Especial proporcionou um conhecimento sobre as adaptações
que são necessárias na educação inclusiva o professor e todos envolvidos na
educação, devem adaptar o currículo para um ensino de qualidade. Compreendo que
nos atendimentos individualizados o aproveitamento é maior, pois esses alunos
sendo estimulados visualmente conseguem realizar tarefas do cotidiano e
aprendem a viver com o pouco de visão que possuem.
É
importante o empenho do professor na hora de planejar suas atividades e
conhecer todo o histórico de saúde do aluno, isso só se faz trabalhando em
conjunto com família, escola, terapeuta entre outros envolvidos. Assim a
sociedade vai aos poucos mudando seu pensamento e incluindo todos igualmente.
Estagio supervisionado em pedagogia não
escolar, na área empresarial.
O estágio é o momento de pôr em pratica o conhecimento teórico que adquirimos
no semestre favorecendo para o desenvolvimento profissional e pessoal, assim a
empresa S que está no mercado desde 1999, fabricando e distribuindo produtos na
área de telecomunicações em rede.
No primeiro momento houve um espanto do gerente com relação a atuação do pedagogo,
o mesmo relatou não saber a função de estagiários de Pedagogia na
empresa. Então neste primeiro dia foi um momento de conversa, e
apresentação da empresa, assim descobrimos juntos, compartilhando os
conhecimentos teóricos adquiridos na faculdade. Durante o semestre abordamos
algumas atividades exercidas pelo pedagogo na empresa, dessa maneira, o
pedagogo precisa conhecer a base da administração.
Neste primeiro
contato com a instituição, foi uma abordagem sobre a formação em pedagogia,
voltada para área empresarial, expliquei sobre algumas considerações feitas por
José Carlos Libâneo, que estão descritas no livro Pedagogia e Pedagogos Para
Que? Também mencionei aquilo que aprendemos na disciplina de Pedagogia em
Organizações Empresariais, sobre a formação do pedagogo, afirma Libâneo (2010,
p. 59)
Formadores, animadores, instrutores,
organizadores, técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvam atividades
pedagógicas (não escolares) em órgãos públicos, privados e públicos-não
estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação e
promoção social etc.
Depois de passar por várias experiências, cada semestre trouxe um aprendizado,
então chegou a vez de conhecer como é o trabalho de gestão, como o pedagogo
organiza seu trabalho pedagógico. Então voltei a procurar na escola que já
tinha realizado o estágio na EJA, para realizar a noite e conhecer um pouco
como é administrado no período noturno.
No
Estágio de Gestão Escolar percebi a grande dificuldade que hoje os gestores enfrentam
em cuidar da organização escolar nos vários aspectos didáticos, pedagógicos,
financeiros, estruturais, educacionais, disciplinares. Além de ter uma grande
responsabilidade com sua clientela, os gestores são vigiados com muitas
cobranças e enormes prestações de contas, tanto econômicas quanto pedagógicas.
As avaliações constantes de toda a escola e as prestações de contas são tarefas
extremamente importantes, pois atendem as exigências governamentais, e tem como
objetivo também a obtenção de bons resultados, levando a escola ao
desenvolvimento procurando realizar intervenções corrigindo falhas e fazendo os
reajustes necessários para uma boa educação. Sem contar da desvalorização
profissional, observei que o governo cria novas funções para diminuir custos
nos pagamentos.
Para
finalizar, em cada estágio percebi que as instituições cada uma tem suas
particularidades a visão, missão e valores que definem que se deseja da
educação, tudo que uma escola precisa ter é um Projeto Político Pedagógico e
Regimento Escolar onde estão descritos os objetivos da instituição, o mesmo
precisa da participação da comunidade escolar (pais, todos funcionário da
instituição, desde a duração até os que trabalham nos serviços gerais.). No tal
documento está a obrigação de cada função dentro da escola e o mesmo precisa estar
atualizado.
Para (VASCONCELLOS, 1995, p. 143) afirma que:
Projeto
Pedagógico [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a
enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida,
consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma
metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os
agentes da instituição.
Portanto,
a gestão escolar reflete em posições políticas e concepções de homem e
sociedade, no PPP está descrito o modo que a escola se organiza e sua estrutura
tem um caráter pedagógico. Então precisa estar sempre atualizado, diante de
tantas transformações que ocorrem na sociedade precisa de novas reflexões.
Posso
finalizar dizendo que cada um dos professores que passaram na vida enquanto
estudante, levo em minha lembrança cada momento de aprendizado, sendo todos
significativos. Aprendi que posso questionar algo que não concordo pois tenho
conhecimentos para argumentar, ainda aprendi que em minhas ações preciso
refletir, para poder agir novamente, consertando erros e aperfeiçoando o que
deu certo.
Enquanto
futura Pedagoga, aprendi que preciso de inovações, buscar meios que acompanhem
as transformações sociais. Pois concordo plenamente quando com Saviani e
Libanêo, que é preciso mudanças nos currículos das instituições que fornecem
curso de formação de professores, assim fazendo uma crítica que a formação de
pedagogos e professores tinha que ser diferenciada, pois a junção desses tornou
uma formação generalista. E o trabalho do Pedagogo vai além da sala aula.
O curso de Pedagogia disciplina foi essencial
para meu crescimento pessoal e profissional, cada conteúdo aprendido na teoria,
podia ser vivenciado na prática, sendo assim, o curso superior proporcionou
este olhar aguçado para entender a importância entre a teoria e prática, mesmo
que muitas vezes foram exaustivas. Segundo Pimenta e Lima (2004), abordam que o
estágio é a parte prática dos cursos de formação dos profissionais e que muitos
cursos, dão ênfase a um aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem
articular a teoria e a prática como saberes que se complementam, portanto
compreende que o estágio tem de ser teórico e prático.
Infelizmente,
sabendo que a educação precisa de inovações, principalmente a valorização dos
profissionais que lutam por melhorias. Ainda é preciso recuperar o encanto, o
respeito e admiração perante a sociedade. Acredito que isso possa mudar um dia,
percebi que houve mudanças na minha vida desde o início da formação e ao
término desta graduação em Licenciatura em Pedagogia, tudo que vivenciei nestes
3 anos, posso dizer que não sou a mesma pessoa que quando iniciei o curso,
entendi que é necessário estar em constante aprendizado e para ser um professor
ou Pedagogo precisa de estudos permanentes. Portanto o conhecimento é a base não
só de um bom profissional, mas também de um ser humano mais crítico, mais
informado e com ampla bagagem de aprendizagem. E finalizando esta etapa me
sinto capacitada para continuar acreditando numa profissão que estava na minha
cabeça desde a infância, claro buscando aperfeiçoar minhas práticas. Pois
durante minha formação, sempre refleti que para uma educação cada vez melhor é
preciso estar sempre buscando inovações. E finalizo com a seguinte frase.
“A paciência é amarga, mas seu fruto é doce. ” (J.J. Rousseau)
ALMEIDA, M. Pedagogia empresarial: saberes, práticas e
referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006.
BORTOLINI. R. Plano de desenvolvimento individual para o atendimento educacional
especializado. In: https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/af-livro_9_poker_v7.pdf. – São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Oficina Universitária,
2013 , acesso em 18/05/2015
LIBANÊO,
José, Pedagogia e pedagogos para que?
12. Ed. São Paulo, Cortez, 2010.
LUCK. H, A escola participativa: o trabalho do
gestor escolar. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
.
RIBEIRO, A.Pedagogia empresarial: Atuação do pedagogo na
empresa. 5ed.Rio de Janeiro: Wak, 2008.
PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena
Lima. Estágio e Docência. São Paulo:
Editora Cortez, 2012.
VASCONCELLOS, C.S. Coordenação
do trabalho pedagógico: do Projeto Político- Pedagógico ao cotidiano da sala de
aula. 6ª Ed. São Paulo: Libertad, 2006.
Eu com 4 anos |
[1] Cf
em: Áries 1981
Algumas fotos que compõe meu memorial
Eu minhas irmãs em 1990, esse era o lugar onde morava na zona rural |
Amigas do magistério |
Apresentando teatro de fantoches no curso de Formação Docente. |
Discurso de formatura do Curso de Formação de Docentes |
Meu esposo sempre presente, ainda éramos namorados |
Sonho de infância realizado, agora sim, Professora. |
Meu pai e minhã mãe, comemorando minha conquista. |
Família comemorando a minha formatura |
Uma professora muito especial, adorava suas aulas de Literatura Infanto Juvenil |
Amigas do Curso de Formação Docentes |
Apresentando trabalho no Curso de Formação Docente |
Emilias, se preparando para dar um show. |
Meu casamento em 2013 |
Apresentando primeiros Seminários na Faculdade |
Prestigiando trabalhos das colegas da Faculdade |
Apresentação de Seminário |
Prestigiando o trabalho das colegas. |
Participando de oficinas na faculdade. |
Participando de oficinas na faculdade. |
Apresentando oficina para alunos do IEPPEP |
Participando de atividades propostas pelas colegas. |
Apresentando a oficina de formação. O tocador de flauta celestial |
Felizes e agradecidas |
Fotos para a formatura, futuras Pedagogas. |
Grupo de afinidades. |